quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Rita, eu não descreveria melhor a situação... *

"Há aqueles dias em que davamos tudo para que o nosso telefone tocasse. Tudo. Acordamos a olhar para ele, vemos se não haverá uma mensagem perdida, uma chamada não atendida. A cada toque o coração dispara, a cada mensagem já vemos o nome dele. E o dia todo, a tampa abre e fecha freneticamente. Depois há alturas em que pensamos: vamos deixá-lo na carteira, longe dos nossos olhos, como se isso o fizesse tocar. Naqueles momentos em que lá fica, cresce a esperança. Os segundos entre o que demoramos a procurá-lo e o temos na nossa mão, são momentos de (falsa) felicidade, porque julgamos: sim, vai ser agora. Mas não é, nunca é. Esse momento não chega. E nesses dias o que não faltam são: chamadas de números anónimos (aqui mais uma esperança que seja ele a ligar de um número desconhecido), de mensagens da zone, da optimus, do diabo a 4. Mas nunca é a chamada ou a mensagem que queremos.
Chego a pensar que o telefone está avariado, peço às amigas para voltarem a ligar para eu saber que está mesmo a funcionar. Quando uma me diz: "ainda agora te liguei e tinhas o telefone desligado", volta a aumentar a esperança. Evito os sítios sem sinal, ou com pouco, não se vá dar o caso dele ligar. Cheguei ao ridículo há pouco de enviar uma mensagem a mim própria, só para confimar se estava tudo bem e o aparelho a funcionar.
No meio de tudo isto, tenho a certeza que não vai haver telefonema, mas ainda há espaço para todos estes pensamentos. Não tenho como evitar."

Daqui, com a devida vénia e solidariedade

* por aqui também há dias que se passam assim, exactamente assim... à procura de um sinal, à espera de um toque, de uma palavra. A diferença é que eu acredito mesmo que o meu venha a tocar... só não sei é se terei ainda forças para o atender. Por isso, às vezes, até o ponho no silêncio...

2 comentários:

  1. Podia ter sido eu a escrever isso! ;)

    ResponderEliminar
  2. Caramba, custa mesmo!
    Não sei se eu podia ter escrito isso, mas que o sinto, sinto! E custa, oh se custa!

    (Parabéns pelo blogue!)

    ResponderEliminar