domingo, 12 de maio de 2013

Carta aberta ao Jorge Jesus.

Carta aberta ao Jorge Jesus,
Jesus, gosto de ti. Genuinamente gosto de ti. Gosto da forma como olhas para um jogador e vês que ele vai ser grande no futuro. Gosto da forma como construíste uma equipa que há uns anos atrás estava bem pior do que está hoje. Gosto da forma como tens vindo a evoluir como treinador. Gosto da forma como te tens tornado um melhor gestor dentro e fora do campo. Gosto da forma como gesticulas com eles e ralhas ali à beirinha do banco de suplentes. Não me importo nada que fales assim ou assado, que não saibas pronunciar o nome dos clubes adversários, que masques pastilhas ou as agarres no ar.
Custou-me ver-te de joelhos em pleno Dragão enquanto outros faziam a festa. Custou-me ver-te vergado perante um golo aos 92 minutos. Custou-me ver que tinhas envelhecido 10 anos em 5 minutos. Custou-me ver aquilo que para muitos é a chamada toalha deitada ao chão.
Mas também tenho pena, Jesus. Tenho pena que nos momentos cruciais não sintas que é melhor jogar para ganhar do que para empatar. Tenho pena que abras mão de tentar uma vitória em prol de outras que possam ter mais significado. Tenho pena que não te consigas pôr no lugar de adepto que quer ganhar tudo o que há para ganhar. São 3 finais? São 3 títulos? É para ganhar os 3. O campeonato é importante, a liga Europa é importante, a taça de Portugal é importante…e até a treta da taça da Liga era importante. Percebes Jesus? Uma mão nunca limpa a outra e não é válido o “mais vale uma na mão do que duas a voar”. A mística não é isso Jesus. O ser Benfiquista não é isso. É o querer sempre mais e melhor.
O ano passado podia ter sido bom… e foi o que foi. Como por magia, em 3 ou 4 jogos foi-se tudo.
E este ano Jesus? O mal já está feito ou vais-te levantar, erguer a cabeça e motivar os teus jogadores para um jogo crucial? Eles precisam de ti, Jesus. Vais ter espirito de campeão e capitão ou vais deixar afundar o barco? Ninguém diz que será fácil, mas não há impossíveis na vida. E muito menos na vida de um benfiquista. Queixo para cima, peito para fora, olhar ao nível dos outros… rumo a Amesterdão com confiança.