sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Aqui vai: tu disseste publica e eu... sou bem mandada... às vezes.

Está na hora de sair da gaveta um post que foi escrito há algum tempo... com os devidos acrescentos que a vida foi proporcionando. Afinal de contas, lá vão quase 2 anos.

Eu e o B....

Eu e o B. temos uma história invulgar. Travamos conhecimento na net à custa da actual namorada do meu ex. How weird is that?
Começamos a falar. Ficávamos horas naquilo, entre conversas sérias e risos sem fim. Por fim, e passado pouco tempo, lá nos conhecemos. Encontro marcado numas bombas de gasolina (fatídicas bombas, como ele lhe chama), café longo na marina, fim de noite numa roulote entre cachorros e gargalhadas. Foi o nosso primeiro amanhecer juntos. No dia a seguir jantamos num shopping (jantou ele, porque eu tive medo de me babar com a massa), mais um café e um até amanhã. Mas não foi "até amanhã". Foi até 4 ou 5 depois quando eu ganhei coragem de lhe mandar uma msg. E nessa noite caí literalmente aos pés dele. Sim, era a terceira vez que nos víamos e eu escorreguei e escarrapachei-me no chão. E foi quando ele me estendeu a mão a rir-se a bandeiras despregadas e me disse "miúda, eu avisei-te que ías caír aos meus pés. só não pensei que fosse tão cedo" que eu percebi que era um homem assim que eu queria na minha vida. Que se ri-se de mim sem gozar, que dissesse tudo o que lhe passava pela cabeça, que não tivesse "medo" do seu sentido de humor e o usásse a um ritmo alucinante.
E a partir dessa noite... nada foi a mesma coisa. Eu voltei a ser eu. Depois de 10 anos de namoro e 6 meses de "luto"... voltei a ser a pessoa que era e que andava meia desaparecida. Ele trouxe-me de volta o melhor de mim. Passámos tempos fabulosos. Sempre falamos muito, sempre nos rimos muito, sempre partilhamos silêncios que diziam tudo, fomos partindo à descoberta um do outro. Eu com mais reservas que ele, porque o medo de ele perceber que eu estava deliciada era grande. Talvez por isso, tenha dito coisas que não devia acerca de pessoas que não eram assim tão importantes para mim como eu quis fazer parecer. Talvez por isso tenha deixado de dizer o que realmente era importante. E depois de 3 meses absolutamente fenomenais de doideira, paixão e cumplicidade... foi ele quem teve medo. Medo do que eu tinha dito antes. Receio de gostar mais do que era "gostado". E de repente acabou. E eu sofri como não tinha sofrido com a partida do meu ex, o tal de 10 anos. E chorei muito. E senti-me a pessoa mais só do Universo. O tal que insistia em dár-me coisas boas para depois mas tirar... "ah estás a ser feliz como nunca foste? Então toma lá uma patada para não seres burra!". Independentemente do que estava a sofrer não lhe conseguia querer mal. E foi num misto de alegria e tristeza profunda que encarei a ida dele para outra cidade por motivos de trabalho. Fiquei feliz por ele porque era uma grande oportunidade de crescimento profissional. Fiquei de rastos por mim porque assumi que assim é que nunca havería volta a dar ao texto. Era um "já foste!". 
Mas fomos mantendo o contacto, fomos ouvindo as histórias de cada um, passamos por um grande aperto... tudo pelo telefone. Três meses depois, reencontramo-nos ao vivo e a cores. E a certeza que mais ninguém tinha mexido comigo como ele o fez tornou-se mais forte. E voltaram os encontros, sempre especiais, sempre tão nossos. Escassos, e de duração limitada porque a distância de 300kms assim impunha. Nunca rotulamos isto. Era uma espécie de "não-relação", onde sabíamos que a qualquer momento tudo podería ficar por ali. E voltou a ficar quando subitamente apareceu uma pessoa na vida dele que podería ser a "tal". Voltei a sofrer, voltamo-nos a afastar. Dessa vez com contactos muito reduzidos. Tinha de ser. Mas havia alguma coisa que me dizia que não era o fim. E não foi, porque afinal não era a tal. E ele voltou uns tempos depois. E voltou com tudo. E eu adorei que ele voltásse. Porque é sempre mais o que nos une que aquilo que nos separa.

E quando me diz que não se sente com ninguém como se sente comigo... eu acredito. E quando me diz que não consegue ser com mais ninguém aquilo que é comigo... eu acredito. E quando me diz que só comigo consegue ser ele próprio... eu acredito. E quando me diz que muitas vezes chega a casa e sente falta dos momentos que só consegue ter comigo... eu acredito. E quando me diz que quer uma pessoa como eu na vida dele... eu acredito. E quando me diz que se estivesse em Lisboa nós tinhamos uma relação maravilhosa, apesar do meu mau feito... eu acredito. E acredito porque sinto exactamente o mesmo.

E quando me pergunta porque é que a vida tem de ser assim... eu sorrio, encolho os ombros e digo-lhe "a vida é o que fazemos com ela". E quando me pergunta se é o homem da minha vida... eu digo que tem todas as características para o ser. E digo-lhe porque não tenho dúvidas disso.
E ele ouve e sorri.

Agora aqui para nós, ó grande cromo, há pessoas que só têem em comum o ar que respiram... nós temos tudo. E se temos tudo, não há margem para sequer perguntar f#od@-se, mas o que é que falta mais?.

1 comentário:

  1. fizeste lembrar aquela música "se gosto de ti, se gostas de mim, se isto não chega tens o mundo ao contrário" :)
    boa sorte para ti*

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