Hoje o café estava preenchido com alguns casalinhos. Uma flor aqui, outra ali para compôr o cenário.
Vamos dizer que eram 5 casais para facilitar as contas. Desses 5, 1 devia ser recente porque ainda tinham um brilho especial que os distinguia dos outros. E falavam e riam muito. E eram teenagers, vá.
Dos outros 4, 3 tentavam manter conversas enquanto liam jornais e revistas ou mexiam nos telemóveis, alheios um ao outro, demasiado centrados numa vida real que não faz pausa para café.
O casal que falta parecia que nem sequer se conhecia, que partilhava mesa porque havia falta de espaço. Há silêncios bons, há silêncios partilhados que dizem mais que palavras. Não era esse o caso ali. Ali só havia vazio. O vazio que dói e mói. A rotina talvez tenha culpa. A vida também. Mas acima de tudo os culpados serão sempre eles. Os 2. Porque se deixaram chegar até este ponto. O tal ponto para o qual talvez os outros 3 caminhem se não fizerem nada para contrariar isso.
E, pode parecer egoísmo puro, mas saí de lá contente. Olhei e analisei aqueles 4 casais e fiquei contente. Porque, na minha vida, mesmo não havendo um "nós" há um "isto que temos". E este "isto que temos", que não é muito nem é pouco é apenas aquilo que é, é tão melhor do que aquilo que eles têm. É tão mais saúdavel, tão mais vivido e tão mais bonito. Mesmo que eles digam "nós" e nós não.
Um texto, onde consegui visualizar tudo oq ue viste no café. E o silêncio que falas é mau, é muito mau para o casal, mas será que todos nós um dia não iremos passar por esse silêncio?
ResponderEliminar:) Lindo texto!
Beijos
Gostei muito deste post!o meu maior medo é esse silêncio ou então as palavras ditas só porque se tem de preencher um espaço. A emoção não chega, o sentimento não chega, o "nós" não é suficiente. E então fica o silêncio controlado ou as palavras nuas de sentido. A falta de amor é das coisas mais tristes...
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