Quando era uma criança inocente e queria alguma coisa... tinha de pedir ao meu pai. Era ele o portador da palavra final apesar da minha mãe lançar sempre o seu bitaite.
Quando era adolescente inconsciente, a coisa processava-se da mesma forma. E quando as circunstâncias assim exigiam, era capaz de rodear o assunto dias a fio, lançar bocas, deixar a ideia no ar. Primeiro preparava [ah e tal, o pessoal vai...], depois perguntava [se calhar também vou. posso não posso?]. E depois claro que a minha mãe dizia "é melhor perguntares ao teu pai". E o meu pai ou dizia logo "não"... ou remetia-se ao silêncio. Acho que nunca o ouvi a dizer "sim, vai lá". E eu, miúda esperta, depois de perceber como funcionavam as coisas depressa passei a usar isso a meu favor "ah não dizes nada? volto daqui a 5 minutos a saber a resposta. continuas em silêncio? pois bem, quem cala consente. e sendo assim vou e porto-me bem".
E sempre funcionamos assim. E sempre funcionou bem.
E agora que sou crescida, continuo a encarar o silêncio da mesma forma que o fazia há uns anos atrás. Por isso, quando lanço uma ideia que tem implicita uma questão básica... e constato que no dia a seguir tudo está sossegado... então é porque a resposta é sim. E não, nem me passa pela cabeça as palavras "estás a ser ignorada". Não, nada disso. E juro que não estou a ser irónica. Este é, de facto, o único tipo de silêncio que eu encaro com optimismo. [E não venhas agora tu abalar uma regra que vem desde a infância! e entonces carinõ, vai ser with ou without you? ;) ]
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gosto :)
ResponderEliminare num há que quebrar regras mais do que antigas !! ***