sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Na minha casa mora uma sopeira...

Oui, c'est moi.

Depois de já ter dormido uma horinha, às 20 para as duas da manhã era ver-me, de phones nos ouvidos, a fazer uma gelatina, a pôr máquinas a lavar, a puxar o brilho ao balcão da cozinha, a esfregar com força desnecessária a placa do fogão, a passar a esfregona no chão. E de caminho, porque há que aproveitar recursos hidricos, vai de lhe dar também com força no chão das casas-de-banho. E os quartos e a sala ali tão perto, e o aspirador a olhar para mim com olhos de súplica "use me, use me". Mas não, que sou uma pessoa consciente das horas. Sopeira, mas consciente. Não aspirei, mas arrumei roupa nos roupeiros e juntei uma data de papeladas velhas, revistas e merdices para deitar fora.
E foi assim a azáfama nocturna. Foi até a bateria do mp3 acabar. Agora vou ali sentar-me no sofá a ver o Brothers & Sisters e a beber um leitinho quente.

"Ó A., mas se já tinhas dormido, porque é que acordaste e foste fazer isso tudo?", perguntam vocês entre o incrédulos e o maravilhados com estes meus dotes domésticos a altas horas da noite.
E eu respondo assim: porque houve alguém que me resolveu começar a ligar à 1h15m da manhã. Alguém bom? Alguém querido? Alguém especial? Não, apenas um filho da puta qualquer de um número anónimo que se deixava estar no silêncio mal eu dizia "estou" ao atender. Foi assim por 4 vezes, até eu pôr os phones. Fora as que não atendi que foram muitas. E toda a gente sabe que essa merda é coisa para, além de me acordar, me dar cabo dos nervos. E deu. E eu com os nervos, limpo. Pronto é isto.

1 comentário:

  1. nesse caso, "querido anónimo, espero que na próxima noite lhe suba um pessegueiro pelo (pi)" :D

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