quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Pões-me doente.

Foram precisos 2 anos e alguns meses para perceber donde vinham as febres esquisitas e repentinas que de vez em quando me invadem o corpo. Ontem deu-se um clique, caíu-me a ficha e percebi. Uma busca rápida no meu próprio blog para associar a outros factos, e depois no Mr. Google, claro!, veio confirmar-me o que eu suspeitava: febre de origem emocional. (sim, existe!)
É isso. Algumas pessoas quando estão em baixo comem horrores, enchem-se de doces, querem enfiar-se nas lojas e comprar tudo. Eu não. Não tenho fome, enjoo a comida, não vejo nada que me apeteça comprar. Salva-se a fraca conta bancária, afunda-se a alma. Diz que a culpa é da seretonina (para alguns considerada uma espécie de hormona da felicidade). E a minha está em baixa, tão em baixa. E o cérebro, que sabe tudo, ressente-se... e vinga-se no corpo. Dá-me febre e as consequentes dores no corpo e mal estar, como se estivesse a chocar uma gripalhada valente. Além de me dar também um mau feitio explosivo. Pior que tpm.
E eu sei o que provoca esta queda da tal seretonina. Sei. E não basta que a vida me esteja a correr pior em determinadas alturas. Não é, ou pelo menos não é apenas, a falta de emprego, a crise, as contas para pagar, a chegada dos dias cinzentos de Outono. São as saudades. Não as saudades normais, aquelas que se sentem pela ausência presencial de uma pessoa, que essas até poderão ser boas. São as saudades que se sentem pela ausência total de uma pessoa que mais parece que se eclipsou do Mundo de repente. É a falta que se sente de um sinal em como tudo está "normal". E as dúvidas de não saber sequer o que se passa, numa fase em que um mês mais parece um ano. E ter receio em saber. E já aconteceu outras vezes, e há sempre uma explicação mais ou menos lógica (a decisão de achar lógica ou não é minha), e de repente é ver-me outra vez feliz da vida. Mas agora, um mês parece-me um ano. E não estou zangada, nem triste. Estou azeda, mesmo. E não há chocolate que me valha porque nem vontade tenho de o comer. "Tu pões-me doente"... é aquela frase feita que faz todo o sentido agora. Essa e a "eu tenho a faca e o queijo na mão". Eu, a azeda. Tu, o idiota.

10 comentários:

  1. I know that feeling....eu costumo chamar de ressaca amorosa...been there, done that...over and over...

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  2. Conheço bem esse tipo de saudades... :(
    Espero que recuperes depressa dessa febre emocional e que a felicidade volte a surgir na tua vida.
    Kiss kiss***

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  3. Nunca tinha ouvido falar nisso, mas a mente é realmente algo impressionante...

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  4. Sei o que é esse sentimento... So nunca aconteeu ter febre... mas anima-te :)

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  5. Um grande beijo...não ajuda..mas vai de coração

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  6. Não consigo comentar este texto sem dizer que cada vez me apercebo mais que não vale mesmo a pena tratarmos e considerarmos prioridade quem nos trata como opção. Tu sabes bem que eu já passei por isso. Fartei-me. E descobri o bom que é termos alguém que nos dá atenção, que mostra que gosta de nós, que não foge, que não tem medo se somos independentes, que não nos deixa ter dúvidas. (Lê o meu texto "Bad boyd e outras coisas").

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  7. Queremos sempre acreditar que "há sempre uma explicação mais ou menos lógica"... ;)

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  8. Conheço bem esse tipo de saudades... :(

    Been there ... dói que se farta e corrói ... devagar ... devagar!

    Força <3

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  9. Como me revi em algumas coisas que escreveste..só nunca me deu foi a febre xD

    e para nós há sempre uma explicação mais ou menos lógica..a que nós queremos acreditar que é verdadeira..

    Não é fácil..

    Um beijinho*

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